sábado, 19 de maio de 2012

"A difícil arte de escrever" (Maurício Nunes)

“Eu sempre fui um apaixonado por literatura. Conta-se nos dedos as vezes que alguém me viu sem estar com um livro nas mãos. Livros me fascinam e me seduzem.

Recentemente tive a honra de palestrar sobre sexo e cinema (tema de um de meus livros) para uma plateia de interessados, presentes no admirável 3° Salão do Livro de Guarulhos.    No mesmo evento, estiveram vários autores, entre eles o titã Tony Bellotto, que num simpático bate papo, se revelou também um apaixonado por livros e deu uma definição bárbara sobre o tema, onde divagou que o livro é um produto com tecnologia de ponta, pois não necessita fios, tomadas, cabos, baterias, nada e está sempre pronto a qualquer momento que você quiser usufruir do mesmo. Concordo contigo, Bellotto.
O livro é um amigo inseparável que te ensina, conta belas histórias, te faz rir, expande sua mente e mais uma afinidade de benefícios, como o de ampliar o seu conhecimento sobre assuntos específicos e gerais; estimular prazerosamente o potencial criativo; dar a base para se desenvolver argumentos consistentes; ampliar o vocabulário e nos incentivar a pensar e refletir, formando assim uma opinião própria sobre diversos assuntos. Desta forma estamos sempre mais atentos e abertos para novos conceitos e novas transformações. Você está numa fila de banco ou de mercado, o que é melhor? Ouvir o velho lamento de algum estranho sobre o tempo, a política ou a novela das nove, ou viajar no cenário fascinante e mágico criado pelo encontro de palavras que se beijam e se abraçam para ilustrar imagens em sua mente?

Filmes, programas de humor, seriados, desenho animado, animações e outras formas de entretenimento, nascem primeiro na mente de um escritor. Ele desenha a alma e ilustra as emoções de qualquer personagem, afinal o roteiro é a espinha dorsal de obras audiovisuais.Valorize esta figura e acima de tudo exercite em você também este habito. Incentive seus filhos a lerem. Dê de presente livros. É uma excelente pedida e acredite você, estará contribuindo para mudar de alguma maneira a vida daquele que o lerá, pois qualquer livro contém informações que de algum modo nos modificam, nos faz saber mais ou até descobrirmos o quão pouco sabemos.
Crianças que lêem desenvolvem a imaginação e são estimuladas a viajarem pelo mundo do faz-de-conta, onde podem projetar suas emoções sem nenhum risco, criando cenas em sua tela mental, estimulando a inteligência. Fico orgulhoso ao ver meu lindo afilhado devorando livros e livros e vejo o quanto isto influencia e muito nas suas atitudes, gestos e desenvolvimento. Fico muito feliz também quando recebo vários emails de leitores, pois é gratificante esta resposta por parte de quem nos lê, pois o ato de escrever é muito solitário. Poucos autores tem o privilégio de debaterem suas ideias com leitores. Eu amo as letras e como músico, sempre dei preferência à bandas e trabalhos cantados em português, porque me fascina quando a platéia sabe o que o cantor diz e mais ainda quando isto toca fundo no coração desta multidão. Não importa se é rock, samba ou bolero, mas sim o que aquelas palavras dançantes fazem dentro de você. Eu escrevo artigos, peças, roteiros, livros, sempre com base na frase de Sartre de que não se é escritor por ter escolhido dizer certas coisas, mas sim pela forma com que se diz estas coisas. Eu sempre as digo com o coração. Meu texto é escrito com sangue. É coloquial, simples, uma conversa entre amigos, para que todos compreendam e possam em cima disto, criarem as suas ideias e elaborarem suas opiniões. O trabalho do escritor é sonhar com os outros e tentar melhorar o mundo em que vive, pela simples sugestão da ideia. Quando espremo meu cérebro até saírem gotas que para alguns é veneno e para outros o mais sublime dos licores, não se trata de inspiração, mas sim transpiração. Vontade e desejo de fazer com que as pessoas pensem, reflitam, se emocionem e descubram o intenso potencial escondido dentro delas, adormecido pela inércia fomentada pela TV. No final das contas, como diria Saramago: somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não. Coloque a sua verdade para fora e seja bem vindo ao clube.”

Por  Maurício Nunes / MetrôNews   (texto muito bacana que li no jornal mencionado, cujo autor, Maurício, espero que considere-se homenagiado pela simplicidade e beleza com que se refere à leitura e escrita)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Quando Deus criou as mães

Diz uma lenda que o dia em que o bom Deus criou as mães, um mensageiro se acercou Dele e Lhe perguntou o porquê de tanto zelo com aquela criação.

Em quê, afinal de contas, ela era tão especial?

O bondoso e paciente Pai de todos nós lhe explicou que aquela mulher teria o papel de mãe, pelo que merecia especial cuidado.

Ela deveria ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados até namoro terminado.

Deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressa preparando o lanche do filho, enquanto mexesse nas panelas para que o almoço não queimasse.

Que tivesse noções básicas de enfermagem e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e colocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada.

Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitir segurança ao filho de passos vacilantes. Mãos que soubessem transformar um pedaço de tecido, quase insignificante, numa roupa especial para a festinha da escola.

Por ser mãe deveria ser dotada de muitos pares de olhos. Um par para ver através de portas fechadas, para aqueles momentos em que se perguntasse o que é que as crianças estão tramando no quarto fechado.

Outro para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente, olhos normais para fitar com doçura uma criança em apuros e lhe dizer: Eu te compreendo. Não tenhas medo. Eu te amo, mesmo sem dizer nenhuma palavra.

O modelo de mãe deveria ser dotado ainda da capacidade de convencer uma criança de nove anos a tomar banho, uma de cinco a escovar os dentes e dormir, quando está na hora.

Um modelo delicado, com certeza, mas resistente, capaz de resistir ao vendaval da adversidade e proteger os filhos.

De superar a própria enfermidade em benefício dos seus amados e de alimentar uma família com o pão do amor.

Uma mulher com capacidade de pensar e fazer acordos com as mais diversas faixas de idade.

Uma mulher com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dor mas, ainda assim, insistir para que o filho parta em busca do que lhe constitua a felicidade ou signifique seu progresso maior.

Uma mulher com lágrimas especiais para os dias da alegria e os da tristeza, para as horas de desapontamento e de solidão.

Uma mulher de lábios ternos, que soubesse cantar canções de ninar para os bebês e tivesse sempre as palavras certas para o filho arrependido pelas tolices feitas.

Lábios que soubessem falar de Deus, do Universo e do amor. Que cantassem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantos da vida.

Uma mulher. Uma mãe.

* * *

Ser mãe é missão de graves responsabilidades e de subida honra. É gozar do privilégio de receber nos braços Espíritos do Senhor e conduzi-los ao bem.

Enquanto haja mães na Terra, Deus estará abençoando o homem com a oportunidade de alcançar a meta da perfeição que lhe cabe, porque a mãe é a mão que conduz, o anjo que vela, a mulher que ora, na esperança.

Autor desconhecido 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O PROFESSOR NA MODERNIDADE


A postagem deste texto, com o devido crédito, é também uma homenagem à autora, cujo trabalho de professora, que conheço, deve ser valorizado sempre...

Para ensinar há uma formalidadezinha a cumprir - saber.
Eça de Queirós

"Tendo-se completado um século da morte do grande escritor Eça de Queirós, sua sabedoria continua a nos inspirar, pelo conhecimento que tinha da alma e dos costumes humanos e pela capacidade de expressá-lo em sua obra, como é próprio aos bons romancistas. Esse é o seu saber. Quando se trata do trabalho do professor, que tipo de saber poderia caracterizá-lo no exercício de sua função? Tentaremos responder à questão através de algumas reflexões.
Atualmente, na sociedade capitalista e globalizada na qual estamos inseridos e da qual fazemos parte, há mudanças constantes, rápidas e permanentes, no âmbito cultural, político, econômico, prontas a preencherem um presente obcecado pelo mito do progresso. Isso, muitas vezes, provoca um desconcerto no sujeito que está inserido nessa realidade "fragmentada". Em diversas situações, esse sujeito não sabe como agir, como articular as múltiplas informações que chegam a todo o instante até ele. Ou seja, não sabe apropriar-se de sua realidade e adquirir uma consciência crítica sobre ela.
Talvez, neste momento, comecemos a entender verdadeiramente o papel do professor, grande agente do processo educacional e da transformação da sociedade da qual faz parte. Por mais sofisticadas que possam ser as tecnologias ao nosso dispor, por mais diversificadas que sejam as ofertas educativas na sociedade do conhecimento, nada poderá substituir a presença desse adulto que dá testemunho de uma experiência e de um saber, que explica e que interpela, abrindo caminho a verdades desejadas.
Professor é o que aprende sempre. E é capaz de ler o mundo sob perspectivas múltiplas e, por vezes, inusitadas, compartilhando o conhecimento vivo que constrói e reconstrói, quando necessário, com seus alunos. É alguém que está constantemente criando, dividindo anseios, idéias, alegrias, frustrações, conquistas... E tem a humildade e a capacidade de reconhecer quando se faz necessária uma mudança.
Affonso Romano de Santanna, escritor e crítico literário, afirma, referindo-se à questão do "saber" e do "poder" que se enriquece o saber combatendo-se o poder que ele aparenta. E ratifica sua idéia dizendo que uma forma de incrementar o poder é o "perder". Assim, o melhor professor seria aquele que não detém o poder nem o saber, mas que está disposto a perder o poder, para fazer emergir o saber múltiplo. Neste caso, perder é uma forma de ganhar e o saber é recomeçar.
Desaprender a lição, recomeçar a aprender estão muito de acordo com o momento atual, em que vemos a sociedade brasileira se repensando, reaprendendo o Brasil, em busca de uma nova ordem institucional. Daí, então, a pesquisa da realidade como elemento essencial no currículo da verdadeira aprendizagem. E a importância, o papel singular do professor como mediador no processo de construção do conhecimento e da consciência crítica do educando." Alguém que deixa de ser "o que sabe" para ser "o que aprende sempre".

Autora:  Maria Carolina Viana Vieira / Profª de Língua Portuguesa
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Prece de um professor:


Jesus,Mestre Amado,permite que eu, Mestre na terra.

Honre a verdade caridosa do Teu exemplo.

Ensina-me o caminho do conhecimento,

mas, sobretudo, a simplicidade generosa do sábio.

Mostra-me Senhor o equilíbrio que deve existir

entre a bondade que afaga e energia que corrige.

Ampara-me, fortifica minha vontade,

socorra-me na vacilação da minha inteligência.

Faze-me escravo mesmo de Tua Perfeição

para que meus discípulos sejam maiores do eu sou.

Abre meu coração, Mestre, lá dentro guarda a esperança

e meu trabalho,todos os dias, será uma vitória,

apesar da incompreensão de alguns ou da indiferença de todos.

Abranda minha ânsia em querer tudo onde pouco existe,

já que a constância do Bem faz sua própria colheita.

Concede-me a modéstia para saber que não tenho riquezas para dar,

mas que poderei ensinar a cada um descobrir seus próprios tesouros.

Dá-me um gesto amigo para fazer de meu discípulo um amigo,

mas arranca de mim, eu te suplico, a injustiça que mata,

a prepotência, o orgulho vão, a mentira que, já no principio,

apunhala uma vida que será, também, um pouco da minha vida.

Mestre Jesus, que eu possa, afinal, bem cumprir a tarefa

e que meus discípulos recebam, pela minha palavra,

a Benção da Tua Verdade, Sabedoria e Amor.

Autor: Wandelli Peçanha